PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
Buscando uma linha de ação para o trabalho com
Produção de Textos, esse material será um dos suportes para desenvolvermos de
maneira reflexiva essa prática em nossa escola.
Gostaria muito que, ao ler o texto, você
refletisse sobre as questões abaixo e estabelecesse metas sistematizadas para
trabalhar esse eixo lingüístico em sua sala de aula.
Quais
habilidades preciso desenvolver em meus alunos para que eles possam escrever
um texto?
Qual
é a minha contribuição enquanto professor para desenvolver a capacidade de
produzir textos em meus alunos?
Como
direciono o antes, o durante e o depois quando trabalho a produção de textos
com meus alunos?
O
trabalho de revisão de textos em sala de aula está possibilitando o
aprendizado para futuros textos?
Os
critérios de correção estão possibilitando que meus alunos reflitam sobre a
escrita?
Quais
alternativas estou trabalhando para que os alunos encontrem estratégias que
irão possibilitar o aperfeiçoamento de sua criação?
O
trabalho com produção de textos tem como finalidade formar escritores competentes
e capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes.
Um
escritor competente é alguém que, ao produzir um discurso, conhecendo
possibilidades que estão postas culturalmente, sabe selecionar o gênero no
qual seu discurso se realizará escolhendo aquele que for apropriado a seus
objetivos e à circunstância enunciativa em questão. Por exemplo: se
o que deseja é convencer o leitor, o escritor competente selecionará um
gênero que lhe possibilite a produção de um texto predominantemente
argumentativo; se é fazer uma solicitação a determinada autoridade,
provavelmente redigirá um ofício; se é enviar notícias a familiares,
escreverá uma carta.
Um
escritor competente é alguém que planeja o discurso e conseqüentemente o
texto em função do seu objetivo e do leitor a que se destina, sem
desconsiderar as características específicas do gênero, é aquele que sabe
expressar por escrito seus sentimentos, experiências ou opiniões.
Um
escritor competente é, também, capaz de olhar para o próprio texto como um
objeto e verificar se está confuso, ambíguo, redundante, obscuro ou
incompleto. Ou seja: é capaz de revisá-lo e reescrevê-lo, até considerá-lo
satisfatório para o momento. É, ainda, um leitor competente, capaz
de recorrer, com sucesso, a outros textos quando precisa utilizar fontes
escritas para a sua própria produção.
As
pesquisas na área da aprendizagem da escrita, nos últimos vinte anos, têm
provocado uma revolução na forma de compreender como esse conhecimento é
construído. Hoje já se sabe que aprender a escrever envolve dois
processos paralelos: compreender a natureza do sistema do escrita
da língua - os aspectos notacionais - e o funcionamento da linguagem que se
usa para escrever - os aspectos discursivos; que é possível saber
produzir textos sem saber grafá-los e é possível grafar sem saber produzir;
que o domínio da linguagem escrita se adquire muito mais pela leitura do que
pela própria escrita; que não se aprende a ortografia antes de se compreender
o sistema alfabético de escrita; e a escrita não é o espelho da fala. (Mesmo
com os alunos de 3ª e 4ª séries, esses aspectos da escrita devem ser levados
em conta, principalmente, os aspectos discursivos, que devem ser trabalhados
ao longo da aprendizagem da escrita. Colocar no papel o que se pensa é um
trabalho que envolve uma série de habilidades e devemos sempre estar atentos
se o aluno está estruturando bem suas frases, escolheu o tipo de texto
adequado e se sua escrita forma um todo coerente).
O
conhecimento a respeito de questões dessa natureza tem implicações radicais
na didática da alfabetização. A principal delas é que não se deve
ensinar a escrever por meio de práticas centradas apenas na codificação de
sons em letras. Ao contrário, é preciso oferecer aos alunos inúmeras
oportunidades de aprenderem a escrever em condições semelhantes às que
caracterizam a escrita fora da escola. É preciso que se coloquem as questões
centrais da produção desde o início: como escrever, considerando, ao mesmo
tempo, o que pretendem dizer e a quem o texto se destina - afinal, a eficácia
da escrita se caracteriza pela aproximação máxima entre a intenção de dizer,
o que efetivamente se escreve e a interpretação de quem lê. É preciso
que aprendam os aspectos notacionais da escrita (o princípio alfabético e as
restrições ortográficas) no interior de um processo de aprendizagem dos usos
da linguagem escrita. É disso que se está falando quando se diz que é
preciso “aprender a escrever, escrevendo”.
Para
aprender a escrever, é necessário ter acesso à diversidade de textos escritos,
testemunhar a utilização que se faz da escrita em diferentes circunstâncias,
defrontar-se com as reais questões que a escrita coloca a quem se propõe
produzi-Ia, arriscar-se a fazer como consegue e receber ajuda
de quem já sabe escrever. (Mesmo que seu objetivo seja que o
aluno escreva para você ler/corrigir – sem a intenção de comunicação - é bom
que criemos situações idealizadas para o aluno escrever e que ele veja
objetivo na sua escrita. Vamos sempre lembrar que a escrita tem a função de
comunicar e vamos incutir isso em nossos alunos para que eles não pensem que
devem escrever só para a professora corrigir seus erros). Sendo assim, o
tratamento que se dá à escrita na escola não pode inibir os alunos ou
afastá-los do que se pretende; ao contrário, é preciso aproximá-los,
principalmente quando são iniciados “oficialmente” no mundo da escrita
por meio da alfabetização. Afinal, esse é o início de um caminho que deverão
trilhar para se transformarem em cidadãos da cultura escrita.
Se o
objetivo é formar cidadãos capazes de utilizar a escrita com eficácia, que
tenham condições de assumir a palavra - também por escrito - para produzir
textos adequados, é preciso organizar o trabalho educativo para que
experimentem e aprendam isso na escola. É necessário, portanto, ensinar
os alunos a lidar tanto com a escrita da língua- os aspectos notacionais
relacionados ao sistema alfabético e às restrições ortográficas - como
com a linguagem escrita - os aspectos discursivos relacionados à linguagem
que se usa para escrever. (A produção de textos coletivos, em duplas
ou em trios é uma estratégia que favorece o desenvolvimento de habilidades
próprias para a construção de textos). Para tanto é preciso que, tão
logo o aluno chegue à escola, seja solicitado a produzir seus próprios
textos, mesmo que não saiba grafá-los, a escrever como lhe for possível,
mesmo que não o faça convencionalmente.
Quando
se analisam as principais dificuldades de redação nos diferentes níveis de
escolaridade, freqüentemente se encontram narrações que “não contam
histórias”, cartas que não parecem cartas, textos expositivos que não expõem
idéias, textos argumentativos que não defendem nenhum ponto de vista. Além
disso, e apesar de todas as correções feitas pelo professor, encontram-se
também enormes dificuldades no que diz respeito à segmentação do texto em
frases, ao agrupamento dessas em parágrafos e à correção ortográfica. Uma das
prováveis razões dessas dificuldades para redigir pode ser o fato de a escola
colocar a avaliação como objetivo da escrita.
Compreendida
como um complexo processo comunicativo e cognitivo, como atividade
discursiva, a prática de produção de textos precisa realizar-se num espaço
em que sejam consideradas as funções e o funcionamento da escrita, bem como
as condições nas quais é produzida: para que, para quem, onde e como
se escreve.
Formar
escritores competentes supõe, portanto, uma prática continuada de produção
de textos na sala de aula, situações de produção de uma grande variedade de
textos de fato e uma aproximação das condições de produção às circunstâncias
nas quais se produzem esses textos. Diferentes objetivos exigem diferentes
gêneros e estes, por sua vez, têm suas formas características que precisam
ser aprendidas. (Vamos analisar com os meninos diferentes tipos de
texto, um de cada vez, e após análise, vamos registrar no caderno as
características próprias desse tipo de texto. Depois desse trabalho feito, o
aluno terá apoio para produzir estes tipos de texto. Vamos variar as
produções, não pedindo que os alunos produzam apenas textos narrativos).
TRATAMENTO
DIDÁTICO
Abaixo,
estão relacionados alguns procedimentos didáticos para
implementar uma prática continuada de produção de textos na escola:
oferecer
textos escritos impressos de boa qualidade, por meio da leitura (quando os
alunos ainda não lêem com independência, isso se torna possível mediante
leituras de textos realizadas pelo professor, o que precisa, também, ser uma
prática continuada e freqüente); São esses textos que podem se converter em
referências de escrita para os alunos; (Na biblioteca iremos
conseguir um acervo de livros literários, mas podemos pedir aos alunos que
tragam de casa outros tipos de textos: informativos, instrucionais, entre
outros. Podemos também oferecer aos alunos diferentes tipos de textos nas
atividades xerocadas).
solicitar
aos alunos que produzam textos muito antes de saberem grafá-los. Ditar para
o professor, para um colega que já saiba escrever ou para ser gravado em
fita cassete é uma forma de viabilizar isso. Quando ainda não se sabe
escrever, ouvir alguém lendo o texto que produziu é uma experiência
importante; (É um bom trabalho para ser realizado na Ed. Infantil).
propor
situações de produção de textos, em pequenos grupos, nas quais os alunos compartilhem
as atividades, embora realizando diferentes tarefas: produzir propriamente,
grafar e revisar. Essa é uma estratégia didática bastante produtiva porque
permite que as dificuldades inerentes à exigência de coordenar muitos
aspectos ao mesmo tempo sejam divididas entre os alunos. Eles podem,
momentaneamente, dedicar-se a uma tarefa mais específica enquanto os outros
cuidam das demais. São situações em que um aluno produz e dita a outro,
que escreve, enquanto um terceiro revisa, por exemplo. Experimentando esses
diferentes papéis enunciativos, envolvendo-se com cada um, a cada vez, numa
atividade colaborativa, podem ir construindo sua competência para mais tarde
realizar sozinhos todos os procedimentos envolvidos numa produção de textos. (A
Oficina de textos é um trabalho muito rico. Antes do professor corrigir o
texto que o aluno produziu, os colegas irão ler o texto, um dos outros e
sugerir para o autor a correção necessária. Assim, discutindo, eles farão a
revisão do texto e estarão em contato com diferentes formas de escrever –
isso é um grande aprendizado. Peçam aos alunos que assinem o nome nas
produções que leram. Depois desse trabalho de revisão, em diferentes duplas,
o professor corrige o texto do aluno, utilizando os critérios de correção
apresentados a seguir e o aluno irá redigi-lo fazendo as correções
necessárias. A apresentação da sua produção para a apreciação é uma
estratégia importante tanto para o aluno que apresenta, quanto para os alunos
que são a platéia. Acredito que esse é um trabalho completo de produção de
texto, mas que deve ser desenvolvido nas turmas que já construíram a base
alfabética da escrita; caso contrário, não estaremos respeitando o processo
de aquisição da leitura/escrita).
SITUAÇÕES DE CRIAÇÃO
Quando
se pretende formar escritores competentes, é preciso também oferecer
condições de os alunos criarem seus próprios textos e de avaliarem o percurso
criador. Evidentemente, isso só se torna possível se tiverem constituído um
amplo repertório de modelos, que lhes permita recriar, criar, recriar as
próprias criações. É importante que nunca perca de vista que não há como
criar do nada: é preciso ter boas referências. Por isso, formar
bons escritores depende não só de uma prática continuada de produção de textos,
mas de uma prática constante de leitura. (A leitura é imprescindível
para a escrita, tanto no seu aspecto notacional quanto no funcionamento da
linguagem).
Uma
forma de trabalhar a criação de textos são as oficinas ou ateliês de
produção, (como já foi especificado anteriormente). Uma oficina é uma
situação didática onde a proposta é que os alunos produzam textos tendo à
disposição diferentes materiais de consulta, em função do que vão produzir.
A
possibilidade de avaliar o percurso criador é importante para a tomada de
consciência das questões envolvidas no processo de produção de textos. Isso é
algo que depende de o professor fazer com que os alunos exponham suas
preferências, dificuldades ou as alternativas escolhidas e abandonadas. Esse
trabalho de explicitação permite que, com o tempo, os procedimentos de
análise propostos pelo professor se incorporem à prática de reflexão do
aluno, favorecendo um controle maior sobre seu processo criador. Uma
contribuição importante é conhecer o processo criador de outros autores, seja
por meio de um contato direto, seja por meio de textos por eles escritos
sobre o tema ou de vídeos, entrevistas, etc.
Finalmente,
é importante destacar que nem todos os conteúdos são possíveis de serem
trabalhados por meio de propostas que contextualizem a escrita de textos: às
vezes, é preciso escrever unicamente para aprender. O importante,
de qualquer forma, é dar sentido às atividades de escrita.
Por
outro lado, considerar o texto como unidade básica do ensino de Língua
Portuguesa não significa que, eventualmente, não seja necessário analisar
unidades como as palavras e até mesmo as sílabas.
TEXTOS PROVISÓRIOS
A
materialidade da escrita, que faz do seu produto um objeto ao qual se pode
voltar, permite separar não só o escritor do destinatário da mensagem
(comunicação à distância), como também permite romper a situação de produção
do texto, separando produtor e produto. Essa possibilidade cria um efeito
de distanciamento que permite trabalhar sobre o texto depois de uma
primeira escrita. Porém é mais aconselhável que esse distanciamento
seja de um tempo maior. Por exemplo, o aluno escreve seu texto, daí a dois
dias relê seu texto e faz a troca entre os colegas para a conferência. O
professor faz as devidas correções e só depois o entrega para que o aluno
faça as modificações e/ou acréscimos.
A
maioria dos escritores iniciantes costuma contentar-se com uma única versão
de seu texto e, muitas vezes, a própria escola sugere esse procedimento. Isso
em nada contribui para o texto ser entendido como processo ou para
desenvolver a habilidade de revisar. O trabalho com rascunhos é
imprescindível. É uma excelente estratégia didática para que aluno
perceba a provisoriedade dos textos e analise seu próprio processo, assim
como os grandes escritores. Temos que tomar cuidado para que esse trabalho
não seja exaustivo para o aluno, caso contrário teremos um fator dificultador
para a prática de produção de textos. O aluno escreve pouco pensando na
reescrita que irá acontecer posteriormente.
Nesse
sentido, a revisão do texto assume um papel fundamental na prática de
produção. É preciso ser sistematicamente ensinada, de modo que cada vez mais
assuma sua real função: monitorar todo o processo de produção textual desde o
planejamento, de tal maneira que o escritor possa coordenar eficientemente os
papéis de produtor, leitor, avaliador do seu próprio texto. (O
processo de produção de texto envolve o antes – contato com o portador e a
estrutura do texto a ser produzido, discussão sobre o que, como e para que/quem
irá escrever, o durante – momento onde o professor, circulando pela sala, irá
atendendo às solicitações do aluno, incentivando-o a escrever e o depois –
momento de revisão do texto pelos colegas e pelo professor. Incentive sempre
o uso do dicionário para verificar palavras, durante a revisão).
REVISÃO DE TEXTOS
Um
espaço privilegiado de articulação das práticas de leitura, produção escrita
e reflexão sobre a língua (e mesmo de comparação entre linguagem oral e
escrita) é o das atividades de revisão de texto. Chamamos de revisão de texto
o conjunto de procedimentos por meio dos quais um texto é trabalhado até o
ponto em que se decide que está, para o momento, suficientemente, bem
escrito. Pressupõe a existência de rascunhos sobre os quais se trabalha,
produzindo alterações que afetam tanto o conteúdo como a forma do texto.
Durante
a atividade de revisão, os alunos e o professor debruçam-se sobre o texto
buscando melhorá-lo. Para tanto, precisam aprender a detectar os pontos
onde o que está dito não é o que se pretendia, isto é, identificar
os problemas do texto e aplicar os conhecimentos sobre a língua para
resolvê-los: acrescentando, retirando, deslocando ou transformando porções do
texto, com o objetivo de torná-lo mais legível para leitor. Esse procedimento
é aprendido por meio da participação do aluno em situações coletivas de
revisão do texto escrito, bem como atividades realizadas em parceria e sob a
orientação do professor, que permitem e exigem uma reflexão sobre a
organização das idéias, os procedimentos de coesão utilizados, a ortografia,
a pontuação, etc.
A
revisão de texto, como situação didática, exige que o professor selecione em
quais aspectos pretende que os alunos se concentrem de cada vez,
pois não é possível tratar de todos ao mesmo tempo. (Acredito que
durante a revisão/correção, o professor deve reestruturar tudo o que se fizer
necessário junto com o aluno. Não acredito que seja uma estratégia eficaz ver
erros de ortografia e corrigir apenas a seqüência lógica, por exemplo. O texto
deve ser visto como um todo, mas, o professor, de acordo com o seu objetivo,
é que durante a correção, irá colocar em relevância os aspectos que quer
trabalhar com aquele aluno ou com a turma. Assim, o professor deve
selecionar, primeiramente aspectos relacionados a estrutura do texto, somente
depois de trabalhado esse aspecto é que o professor deve chamar atenção para
aspectos ligados a gramática e ortografia).
Quando
se toma apenas um desses aspectos para revisar, é possível, ao fim da tarefa,
sistematizar os resultados do trabalho coletivo e devolvê-lo organizadamente
ao aluno.
Para os
escritores iniciantes, assim mesmo, esta pode ser uma tarefa complexa, pois
requer distanciamento do próprio texto, procedimento difícil, especialmente
para crianças pequenas. Nesse caso, é interessante usar textos alheios para
serem analisados coletivamente, ocasião em um o professor pode desempenhar um
importante papel de modelo de revisor, colocando boas questões para serem
analisadas e dirigindo o olhar dos alunos para a escrita.(Esse
trabalho de revisão coletiva deve ser feito sempre. O professor poderá também
utilizar o texto de um determinado aluno, depois da sua permissão, e
colocá-lo no retroprojetor para que a turma faça as correções necessárias no
quadro. Depois os alunos copiam o texto revisado no caderno de português, de
produção de textos, ou em uma folha separada para catalogarmos as produções
de cada aluno e montarmos um livro de produções para ser entregue no final do
semestre ou do ano. Esse é um recurso prático, dinâmico e eficiente que
auxiliará os alunos para as outras escritas).
Quer
seja com toda a classe, quer seja em pequenos grupos, a discussão sobre os
textos alheios e próprios, além do objetivo imediato de buscar a eficácia e a
correção da escrita, desenvolve a atitude crítica em relação à sua produção
ou a dos colegas e a aprendizagem de procedimentos eficientes na escrita dos
textos.
Após a
revisão, o aluno irá passar sua produção de texto a limpo e poderá escrever
no alto da folha – 2ª versão. É importante catalogar essas
produções – rascunho e 2ª versão – seja no caderno de português, no de
produção de textos ou em um envelope para que bimestralmente/semestralmente
possamos montar um álbum com as produções e enviarmos para a casa.
PRODUÇÃO COM APOIO
A
constatação das dificuldades inerentes ao ato de escrever textos - dificuldades
decorrentes da exigência de coordenar muitos aspectos ao mesmo tempo -
requer a apresentação de propostas para os alunos iniciantes que, de certa
forma, possam “eliminar” algumas delas, para que se concentrem em outras. É
importante que essas situações sejam planejadas de tal forma que os alunos
apenas se preocupem com as variáveis que o professor priorizou por se
relacionarem com o desenvolvimento do conteúdo em questão. Por exemplo:
reescrever
ou parafrasear bons textos já repertoriados mediante a leitura; (A
reescrita é um recurso muito usado para alunos que têm dificuldade em
expansão de idéias, seqüência lógica e estruturação de frases e pode ser trabalhado
em todas as séries, de acordo com o objetivo do professor).
transformar
um gênero em outro: escrever um conto de mistério a partir de uma notícia
policial e vice-versa; transformar uma entrevista em reportagem e
vice-versa, etc.; (É um trabalho muito rico, onde o aluno vai
escrever o mesmo assunto utilizando estruturas textuais diferentes. Para esse
trabalho é necessário que o aluno reconheça as características específicas de
cada tipo de texto).
produzir
textos a partir de outros conhecidos: um bilhete ou carta que o personagem de
um conto teria escrito a outro, um trecho do diário de um personagem, uma
mensagem de alerta sobre os perigos de uma dada situação, uma notícia
informando a respeito do desfecho de uma trama, uma crônica sobre acontecimentos
curiosos, etc.;
dar
o começo de um texto para os alunos continuarem (ou o fim, para que escrevam
o início e o meio);
planejar
coletivamente o texto (o enredo da história) para que depois cada aluno
escreva a sua versão.(Este trabalho também pode ser feito em duplas ou
trios);
A produção de texto é um recurso que o professor
tem em suas mãos para trabalhar os diversos blocos de conteúdos específicos
da Língua Portuguesa.
CRITÉRIOS
DE CORREÇÃO
Como
vimos, assim como o planejamento para a escrita e o momento da escrita, a
correção de textos assume um papel decisivo no desenvolvimento de habilidades
para a produção de textos.
É de
acordo com o critério e a intervenção feita pelo professor que o aluno
adquirirá estratégias para aperfeiçoar seus textos.
No
momento da correção de textos, em grupos ou pelo professor, irão surgir
aspectos estruturais, gramaticais e ortográficos para serem corrigidos e por
isso é bom que os alunos e professores tenham o mesmo critério para assinalar
o que deve ser revisado. Diante dessa situação, o código de correção para
produções escritas é um recurso muito viável rápido e é aconselhável que toda
a escola, das séries iniciais à 4ª série, usem o mesmo código para facilitar
que os alunos façam as intervenções necessárias e possam interpretá-las no
momento da revisão.
Pensei
em utilizarmos o código abaixo para fazermos nossas intervenções nas
produções dos alunos.
|
Esse
código de correção deve ser afixado na sala e explicado aos alunos para que
eles possam se familiarizar e interpretar com facilidade o significado de
cada símbolo.
Se
surgir uma situação de intervenção que não foi especificada nos símbolos
acima, me falem para criarmos e passarmos para as outras professoras.
A
Produção de textos por si só, não faz com que o aluno evolua no seu processo
de criação, mas sim a qualidade de intervenção que lhe é dada.
SUGESTÕES
DE REGISTRO PARA PRODUÇÃO DE TEXTOS
A
análise da escrita deve acontecer tanto por parte dos alunos, quanto
principalmente dos professores, pois é através da avaliação que o professor
faz da produção de cada aluno que ele traçará metas e estratégias a serem
desenvolvidas com o aluno/turma.
REGISTRO
PARA O ALUNO
É
muito bom que o aluno possa avaliar a sua produção de texto, descobrindo por
si mesmo o que pode ser melhorado. Por isso segue abaixo uma sugestão de
ficha de avaliação de texto que pode ser ampliada e modificada de acordo com
o texto produzido e a turma em questão.
AVALIANDO
MINHA PRODUÇÃO
1. Coloquei
título?
2. O
título está adequado ao texto?
3. Os
parágrafos estão alinhados?
4. Minha
produção está com um bom aspecto?
5. A
letra está legível?
6. O
tipo de texto que usei está de acordo com a proposta?
7. Usei
a estrutura correta para esse tipo de texto?
8. Usei
os sinais de pontuação adequados?
9. Fiz
a correção da ortografia?
10. As
frases estão claras?
11. O
texto apresenta seqüência lógica (início, meio e fim)?
Essa
ficha pode ser feita, uma para cada aluno, como empréstimo, para que ele
possa consultar e avaliar sua produção (colar em cartolina). O professor
também pode utilizá-la para avaliar as produções dos alunos e assim, ter
dados para tabular as dificuldades que cada aluno encontrou ao realizar a
produção.
FICHA
DE VERIFICAÇÃO – PRODUÇÃO DE TEXTOS
Esse é
mais um recurso que o professor deverá utilizar para tabular e detectar as
dificuldades encontradas na produção de textos dos alunos. Detectados os
problemas, o professor buscará estratégias, como a revisão coletiva ou
individual dos textos, para aprimorar a escrita.
Essa
ficha também é um modelo para o professor e pode ser modificada de acordo com
a necessidade e perfil da turma.
AVALIAÇÃO EM PRODUÇÃO DE TEXTOS
A
avaliação é um processo contínuo e que tem como objetivo principal sanar as
dificuldades encontradas. Essa atividade pode ou não ser pontuada.
Em
cada bimestre trabalhamos com duas produções de textos dos alunos para
avaliar em forma de pontos (uma mensal - 2,0 pontos e outra bimestral - 3,0
pontos). Para essa avaliação teremos também um critério único a ser seguido,
de acordo com a tabela abaixo.
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sexta-feira, 19 de outubro de 2012
PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
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