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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS

PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
Buscando uma linha de ação para o trabalho com Produção de Textos, esse material será um dos suportes para desenvolvermos de maneira reflexiva essa prática em nossa escola.
Gostaria muito que, ao ler o texto, você refletisse sobre as questões abaixo e estabelecesse metas sistematizadas para trabalhar esse eixo lingüístico em sua sala de aula.
         Quais habilidades preciso desenvolver em meus alunos para que eles possam escrever um texto?
         Qual é a minha contribuição enquanto professor para desenvolver a capacidade de produzir textos em meus alunos?
         Como direciono o antes, o durante e o depois quando trabalho a produção de textos com meus alunos?
         O trabalho de revisão de textos em sala de aula está possibilitando o aprendizado para futuros textos?
         Os critérios de correção estão possibilitando que meus alunos reflitam sobre a escrita?
         Quais alternativas estou trabalhando para que os alunos encontrem estratégias que irão possibilitar o aperfeiçoamento de sua criação?
O trabalho com produção de textos tem como finalidade formar escritores competentes e capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes.
Um escritor competente é alguém que, ao produzir um discurso, conhecendo possibilidades que estão postas culturalmente, sabe selecionar o gênero no qual seu discurso se realizará escolhendo aquele que for apropriado a seus objetivos e à circunstância enunciativa em questão. Por exemplo: se o que deseja é convencer o leitor, o escritor competente selecionará um gênero que lhe possibilite a produção de um texto predomi­nantemente argumentativo; se é fazer uma solicitação a determinada auto­ridade, provavelmente redigirá um ofício; se é enviar notícias a familiares, escreverá uma carta.
Um escritor competente é alguém que planeja o discurso e conseqüentemente o texto em função do seu objetivo e do leitor a que se destina, sem desconsiderar as características específicas do gênero, é aquele que sabe expressar por escrito seus sentimentos, experiências ou opiniões.
Um escritor competente é, também, capaz de olhar para o próprio texto como um objeto e verificar se está confuso, ambíguo, redundante, obscuro ou incompleto. Ou seja: é capaz de revisá-lo e reescrevê-lo, até considerá-lo satisfatório para o momento. É, ainda, um leitor competente, capaz de recorrer, com sucesso, a outros textos quando precisa utilizar fontes escritas para a sua própria produção.
As pesquisas na área da aprendizagem da escrita, nos últimos vinte anos, têm provocado uma revolução na forma de compreender como esse conhecimento é construído. Hoje já se sabe que aprender a escrever envolve dois processos paralelos: compreender a natureza do sistema do escrita da língua - os aspectos notacionais - e o funcionamento da lin­guagem que se usa para escrever - os aspectos discursivos; que é possí­vel saber produzir textos sem saber grafá-los e é possível grafar sem saber produzir; que o domínio da linguagem escrita se adquire muito mais pela leitura do que pela própria escrita; que não se aprende a ortografia antes de se compreender o sistema alfabético de escrita; e a escrita não é o espelho da fala. (Mesmo com os alunos de 3ª e 4ª séries, esses aspectos da escrita devem ser levados em conta, principalmente, os aspectos discursivos, que devem ser trabalhados ao longo da aprendizagem da escrita. Colocar no papel o que se pensa é um trabalho que envolve uma série de habilidades e devemos sempre estar atentos se o aluno está estruturando bem suas frases, escolheu o tipo de texto adequado e se sua escrita forma um todo coerente).
O conhecimento a respeito de questões dessa natureza tem impli­cações radicais na didática da alfabetização. A principal delas é que não se deve ensinar a escrever por meio de práticas centradas apenas na codificação de sons em letras. Ao contrário, é preciso oferecer aos alunos inúmeras oportunidades de aprenderem a escrever em condições seme­lhantes às que caracterizam a escrita fora da escola. É preciso que se coloquem as questões centrais da produção desde o início: como escre­ver, considerando, ao mesmo tempo, o que pretendem dizer e a quem o texto se destina - afinal, a eficácia da escrita se caracteriza pela aproxi­mação máxima entre a intenção de dizer, o que efetivamente se escreve e a interpretação de quem lê. É preciso que aprendam os aspectos notacionais da escrita (o princípio alfabético e as restrições ortográficas) no interior de um processo de aprendizagem dos usos da linguagem es­crita. É disso que se está falando quando se diz que é preciso “aprender a escrever, escrevendo”.
Para aprender a escrever, é necessário ter acesso à diversidade de textos escritos, testemunhar a utilização que se faz da escrita em diferentes circunstâncias, defrontar-se com as reais questões que a escrita coloca a quem se propõe produzi-Ia, arriscar-se a fazer como consegue e receber ajuda de quem já sabe escrever. (Mesmo que seu objetivo seja que o aluno escreva para você ler/corrigir – sem a intenção de comunicação - é bom que criemos situações idealizadas para o aluno escrever e que ele veja objetivo na sua escrita. Vamos sempre lembrar que a escrita tem a função de comunicar e vamos incutir isso em nossos alunos para que eles não pensem que devem escrever só para a professora corrigir seus erros). Sendo assim, o tratamento que se dá à escrita na escola não pode inibir os alunos ou afastá-los do que se pretende; ao contrário, é preciso aproximá-los, principalmente quando são iniciados “oficialmente” no mundo da escrita por meio da alfabetização. Afinal, esse é o início de um caminho que deverão trilhar para se transforma­rem em cidadãos da cultura escrita.
Se o objetivo é formar cidadãos capazes de utilizar a escrita com eficácia, que tenham condições de assumir a palavra - também por escrito - para produzir textos adequados, é preciso organizar o trabalho educativo para que experimentem e aprendam isso na escola. É necessário, portanto, ensinar os alunos a lidar tanto com a escrita da língua- os aspectos notacionais relacionados ao sistema alfabético e às restrições ortográficas - como com a linguagem escrita - os aspectos discursivos relacionados à linguagem que se usa para escrever. (A produção de textos coletivos, em duplas ou em trios é uma estratégia que favorece o desenvolvimento de habilidades próprias para a construção de textos). Para tanto é preciso que, tão logo o aluno chegue à escola, seja solicitado a produzir seus próprios textos, mesmo que não saiba grafá-los, a escrever como lhe for possível, mesmo que não o faça convencionalmente.
Quando se analisam as principais dificuldades de redação nos dife­rentes níveis de escolaridade, freqüentemente se encontram narrações que “não contam histórias”, cartas que não parecem cartas, textos expositivos que não expõem idéias, textos argumentativos que não de­fendem nenhum ponto de vista. Além disso, e apesar de todas as corre­ções feitas pelo professor, encontram-se também enormes dificuldades no que diz respeito à segmentação do texto em frases, ao agrupamento dessas em parágrafos e à correção ortográfica. Uma das prováveis razões dessas dificuldades para redigir pode ser o fato de a escola colocar a ava­liação como objetivo da escrita.
Compreendida como um complexo processo comunicativo e cognitivo, como atividade discursiva, a prática de produção de textos pre­cisa realizar-se num espaço em que sejam consideradas as funções e o funcionamento da escrita, bem como as condições nas quais é produzida: para que, para quem, onde e como se escreve.
Formar escritores competentes supõe, portanto, uma prática con­tinuada de produção de textos na sala de aula, situações de produção de uma grande variedade de textos de fato e uma aproximação das condi­ções de produção às circunstâncias nas quais se produzem esses textos. Diferentes objetivos exigem diferentes gêneros e estes, por sua vez, têm suas formas características que precisam ser aprendidas. (Vamos analisar com os meninos diferentes tipos de texto, um de cada vez, e após análise, vamos registrar no caderno as características próprias desse tipo de texto. Depois desse trabalho feito, o aluno terá apoio para produzir estes tipos de texto. Vamos variar as produções, não pedindo que os alunos produzam apenas textos narrativos).

TRATAMENTO DIDÁTICO



Abaixo, estão relacionados alguns procedimentos didáticos para implementar uma prática continuada de produção de textos na escola:
      oferecer textos escritos impressos de boa qua­lidade, por meio da leitura (quando os alunos ainda não lêem com independência, isso se torna possível mediante leituras de textos realizadas pelo professor, o que precisa, tam­bém, ser uma prática continuada e freqüen­te); São esses textos que podem se converter em referências de escrita para os alunos; (Na biblioteca iremos conseguir um acervo de livros literários, mas podemos pedir aos alunos que tragam de casa outros tipos de textos: informativos, instrucionais, entre outros. Podemos também oferecer aos alunos diferentes tipos de textos nas atividades xerocadas).
       solicitar aos alunos que produzam textos mui­to antes de saberem grafá-los. Ditar para o professor, para um colega que já saiba escre­ver ou para ser gravado em fita cassete é uma forma de viabilizar isso. Quando ainda não se sabe escrever, ouvir alguém lendo o texto que produziu é uma experiência importante; (É um bom trabalho para ser realizado na Ed. Infantil).
    propor situações de produção de textos, em pequenos grupos, nas quais os alunos com­partilhem as atividades, embora realizando di­ferentes tarefas: produzir propriamente, grafar e revisar. Essa é uma estratégia didáti­ca bastante produtiva porque permite que as dificuldades inerentes à exigência de coor­denar muitos aspectos ao mesmo tempo se­jam divididas entre os alunos. Eles podem, momentaneamente, dedicar-se a uma tarefa mais específica enquanto os outros cuidam das demais. São situações em que um aluno produz e dita a outro, que escreve, enquanto um terceiro revisa, por exemplo. Experimen­tando esses diferentes papéis enunciativos, envolvendo-se com cada um, a cada vez, numa atividade colaborativa, podem ir construindo sua competência para mais tarde realizar sozinhos todos os procedimentos envolvidos numa produção de textos. (A Oficina de textos é um trabalho muito rico. Antes do professor corrigir o texto que o aluno produziu, os colegas irão ler o texto, um dos outros e sugerir para o autor a correção necessária. Assim, discutindo, eles farão a revisão do texto e estarão em contato com diferentes formas de escrever – isso é um grande aprendizado. Peçam aos alunos que assinem o nome nas produções que leram. Depois desse trabalho de revisão, em diferentes duplas, o professor corrige o texto do aluno, utilizando os critérios de correção apresentados a seguir e o aluno irá redigi-lo fazendo as correções necessárias. A apresentação da sua produção para a apreciação é uma estratégia importante tanto para o aluno que apresenta, quanto para os alunos que são a platéia. Acredito que esse é um trabalho completo de produção de texto, mas que deve ser desenvolvido nas turmas que já construíram a base alfabética da escrita; caso contrário, não estaremos respeitando o processo de aquisição da leitura/escrita).
SITUAÇÕES DE CRIAÇÃO

Quando se pretende formar escritores competentes, é preciso também oferecer condições de os alunos criarem seus próprios textos e de avaliarem o percurso criador. Evidentemente, isso só se torna possível se tiverem constituído um amplo repertório de modelos, que lhes permita recriar, criar, recriar as próprias criações. É importante que nunca perca de vista que não há como criar do nada: é preciso ter boas referências. Por isso, formar bons escritores depende não só de uma prática continuada de produção de textos, mas de uma prática constante de leitura. (A leitura é imprescindível para a escrita, tanto no seu aspecto notacional quanto no funcionamento da linguagem).
Uma forma de trabalhar a criação de textos são as oficinas ou ateliês de produção, (como já foi especificado anteriormente). Uma oficina é uma situação didática onde a proposta é que os alunos produzam textos tendo à disposição diferentes materiais de consulta, em função do que vão produzir.
A possibilidade de avaliar o percurso criador é importante para a tomada de consciência das questões envolvidas no processo de produção de textos. Isso é algo que depende de o professor fazer com que os alunos exponham suas preferências, dificuldades ou as alternativas escolhidas e abandonadas. Esse trabalho de explicitação permite que, com o tempo, os procedimentos de análise propostos pelo professor se incorporem à prática de reflexão do aluno, favorecendo um controle maior sobre seu processo criador. Uma contribuição importante é conhecer o processo criador de outros autores, seja por meio de um contato direto, seja por meio de textos por eles escritos sobre o tema ou de vídeos, entre­vistas, etc.
Finalmente, é importante destacar que nem todos os conteúdos são possíveis de serem trabalhados por meio de propostas que contextualizem a escrita de textos: às vezes, é preciso escrever unica­mente para aprender. O importante, de qualquer forma, é dar sentido às atividades de escrita.
Por outro lado, considerar o texto como unidade básica do ensino de Língua Portuguesa não significa que, eventualmente, não seja neces­sário analisar unidades como as palavras e até mesmo as sílabas.
TEXTOS PROVISÓRIOS
 A materialidade da escrita, que faz do seu produto um objeto ao qual se pode voltar, permite separar não só o escritor do destinatário da mensagem (comunicação à distância), como também permite romper a situação de produção do texto, separando produtor e produto. Essa possibilidade cria um efeito de distanciamento que permite trabalhar sobre o texto depois de uma primeira escrita. Porém é mais aconselhável que esse distanciamento seja de um tempo maior. Por exemplo, o aluno escreve seu texto, daí a dois dias relê seu texto e faz a troca entre os colegas para a conferência. O professor faz as devidas correções e só depois o entrega para que o aluno faça as modificações e/ou acréscimos.
A maioria dos escritores iniciantes costuma contentar-se com uma única versão de seu texto e, muitas vezes, a própria escola sugere esse procedimento. Isso em nada contribui para o texto ser entendido como processo ou para desenvolver a habilidade de revisar. O trabalho com rascunhos é imprescindível. É uma excelente estratégia didática para que aluno perceba a provisoriedade dos textos e analise seu próprio processo, assim como os grandes escritores. Temos que tomar cuidado para que esse trabalho não seja exaustivo para o aluno, caso contrário teremos um fator dificultador para a prática de produção de textos. O aluno escreve pouco pensando na reescrita que irá acontecer posteriormente.
Nesse sentido, a revisão do texto assume um papel fundamental na prática de produção. É preciso ser sistematicamente ensinada, de modo que cada vez mais assuma sua real função: monitorar todo o processo de produção textual desde o planejamento, de tal maneira que o escritor possa coordenar eficientemente os papéis de produtor, leitor, avaliador do seu próprio texto. (O processo de produção de texto envolve o antes – contato com o portador e a estrutura do texto a ser produzido, discussão sobre o que, como e para que/quem irá escrever, o durante – momento onde o professor, circulando pela sala, irá atendendo às solicitações do aluno, incentivando-o a escrever e o depois – momento de revisão do texto pelos colegas e pelo professor. Incentive sempre o uso do dicionário para verificar palavras, durante a revisão).
REVISÃO DE TEXTOS


Um espaço privilegiado de articulação das práticas de leitura, pro­dução escrita e reflexão sobre a língua (e mesmo de comparação entre linguagem oral e escrita) é o das atividades de revisão de texto. Chamamos de revisão de texto o conjunto de procedimentos por meio dos quais um texto é trabalhado até o ponto em que se decide que está, para o momen­to, suficientemente, bem escrito. Pressupõe a existência de rascunhos sobre os quais se trabalha, produzindo alterações que afetam tanto o conteúdo como a forma do texto.
Durante a atividade de revisão, os alunos e o professor debruçam­-se sobre o texto buscando melhorá-lo. Para tanto, precisam aprender a detectar os pontos onde o que está dito não é o que se pretendia, isto é, identificar os problemas do texto e aplicar os conhecimentos sobre a língua para resolvê-los: acrescentando, retirando, deslocando ou transformando porções do texto, com o objetivo de torná-lo mais legível para leitor. Esse procedimento é aprendido por meio da participa­ção do aluno em situações coletivas de revisão do texto escrito, bem como atividades realizadas em parceria e sob a orientação do professor, que permitem e exigem uma reflexão sobre a organização das idéias, os procedimentos de coesão utilizados, a ortografia, a pontuação, etc.

A revisão de texto, como situação didática, exige que o professor selecione em quais aspectos  pretende que os alunos se concentrem de cada vez, pois não é possível tratar de todos ao mesmo tempo. (Acredito que durante a revisão/correção, o professor deve reestruturar tudo o que se fizer necessário junto com o aluno. Não acredito que seja uma estratégia eficaz ver erros de ortografia e corrigir apenas a seqüência lógica, por exemplo. O texto deve ser visto como um todo, mas, o professor, de acordo com o seu objetivo, é que durante a correção, irá colocar em relevância os aspectos que quer trabalhar com aquele aluno ou com a turma. Assim, o professor deve selecionar, primeiramente aspectos relacionados a estrutura do texto, somente depois de trabalhado esse aspecto é que o professor deve chamar atenção para aspectos ligados a gramática e ortografia).

Quando se toma apenas um desses aspectos para revisar, é possível, ao fim da tarefa, sistematizar os resultados do trabalho coletivo e devolvê-lo organizadamente ao aluno.
Para os escritores iniciantes, assim mesmo, esta pode ser uma tare­fa complexa, pois requer distanciamento do próprio texto, procedimento difícil, especialmente para crianças pequenas. Nesse caso, é interessante usar textos alheios para serem analisados coletivamente, ocasião em um o professor pode desempenhar um importante papel de modelo de revisor, colocando boas questões para serem analisadas e dirigindo o olhar dos alunos para a escrita.(Esse trabalho de revisão coletiva deve ser feito sempre. O professor poderá também utilizar o texto de um determinado aluno, depois da sua permissão, e colocá-lo no retroprojetor para que a turma faça as correções necessárias no quadro. Depois os alunos copiam o texto revisado no caderno de português, de produção de textos, ou em uma folha separada para catalogarmos as produções de cada aluno e montarmos um livro de produções para ser entregue no final do semestre ou do ano. Esse é um recurso prático, dinâmico e eficiente que auxiliará os alunos para as outras escritas).
Quer seja com toda a classe, quer seja em pequenos grupos, a discussão sobre os textos alheios e próprios, além do objetivo imediato de buscar a eficácia e a correção da escrita, desenvolve a atitude crítica em relação à sua produção ou a dos colegas e a aprendizagem de procedimentos eficientes na escrita dos textos.
Após a revisão, o aluno irá passar sua produção de texto a limpo e poderá escrever no alto da folha – 2ª versão. É importante catalogar essas produções – rascunho e 2ª versão – seja no caderno de português, no de produção de textos ou em um envelope para que bimestralmente/semestralmente possamos montar um álbum com as produções e enviarmos para a casa.

 PRODUÇÃO COM APOIO


A constatação das dificuldades inerentes ao ato de escrever textos - dificuldades decorrentes da exigência de coordenar muitos aspectos ao mesmo tempo - requer a apresentação de propostas para os alunos iniciantes que, de certa forma, possam “eliminar” algumas delas, para que se concentrem em outras. É importante que essas situações sejam planejadas de tal forma que os alunos apenas se preocupem com as vari­áveis que o professor priorizou por se relacionarem com o desenvolvimento do conteúdo em questão. Por exemplo:
      reescrever ou parafrasear bons textos já repertoriados mediante a leitura; (A reescrita é um recurso muito usado para alunos que têm dificuldade em expansão de idéias, seqüência lógica e estruturação de frases e pode ser trabalhado em todas as séries, de acordo com o objetivo do professor).
      transformar um gênero em outro: escrever um conto de mistério a partir de uma notícia policial e vice-versa; transformar uma entrevis­ta em reportagem e vice-versa, etc.; (É um trabalho muito rico, onde o aluno vai escrever o mesmo assunto utilizando estruturas textuais diferentes. Para esse trabalho é necessário que o aluno reconheça as características específicas de cada tipo de texto).
      produzir textos a partir de outros conhecidos: um bilhete ou carta que o personagem de um conto teria escrito a outro, um trecho do diá­rio de um personagem, uma mensagem de alerta sobre os perigos de uma dada situação, uma notícia informando a respeito do desfecho de uma trama, uma crônica sobre acon­tecimentos curiosos, etc.;
      dar o começo de um texto para os alunos con­tinuarem (ou o fim, para que escrevam o início    e o meio);
      planejar coletivamente o texto (o enredo da história) para que depois cada aluno escreva a sua versão.(Este trabalho também pode ser feito em duplas ou trios);
A produção de texto é um recurso que o professor tem em suas mãos para trabalhar os diversos blocos de conteúdos específicos da Língua Portuguesa.
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO
      
       Como vimos, assim como o planejamento para a escrita e o momento da escrita, a correção de textos assume um papel decisivo no desenvolvimento de habilidades para a produção de textos.
É de acordo com o critério e a intervenção feita pelo professor que o aluno adquirirá estratégias para aperfeiçoar seus textos.
No momento da correção de textos, em grupos ou pelo professor, irão surgir aspectos estruturais, gramaticais e ortográficos para serem corrigidos e por isso é bom que os alunos e professores tenham o mesmo critério para assinalar o que deve ser revisado. Diante dessa situação, o código de correção para produções escritas é um recurso muito viável rápido e é aconselhável que toda a escola, das séries iniciais à 4ª série, usem o mesmo código para facilitar que os alunos façam as intervenções necessárias e possam interpretá-las no momento da revisão.


Pensei em utilizarmos o código abaixo para fazermos nossas intervenções nas produções dos alunos.
  
Esse código de correção deve ser afixado na sala e explicado aos alunos para que eles possam se familiarizar e interpretar com facilidade o significado de cada símbolo.
       Se surgir uma situação de intervenção que não foi especificada nos símbolos acima, me falem para criarmos e passarmos para as outras professoras.
A Produção de textos por si só, não faz com que o aluno evolua no seu processo de criação, mas sim a qualidade de intervenção que lhe é dada.

SUGESTÕES DE REGISTRO PARA PRODUÇÃO DE TEXTOS

       A análise da escrita deve acontecer tanto por parte dos alunos, quanto principalmente dos professores, pois é através da avaliação que o professor faz da produção de cada aluno que ele traçará metas e estratégias a serem desenvolvidas com o aluno/turma.

       REGISTRO PARA O ALUNO

      É muito bom que o aluno possa avaliar a sua produção de texto, descobrindo por si mesmo o que pode ser melhorado. Por isso segue abaixo uma sugestão de ficha de avaliação de texto que pode ser ampliada e modificada de acordo com o texto produzido e a turma em questão.


AVALIANDO MINHA PRODUÇÃO

1.    Coloquei título?
2.    O título está adequado ao texto?
3.    Os parágrafos estão alinhados?
4.    Minha produção está com um bom aspecto?
5.    A letra está legível?
6.    O tipo de texto que usei está de acordo com a proposta?
7.    Usei a estrutura correta para esse tipo de texto?
8.    Usei os sinais de pontuação adequados?
9.    Fiz a correção da ortografia?
10. As frases estão claras?
11.  O texto apresenta seqüência lógica (início, meio e fim)?

Essa ficha pode ser feita, uma para cada aluno, como empréstimo, para que ele possa consultar e avaliar sua produção (colar em cartolina). O professor também pode utilizá-la para avaliar as produções dos alunos e assim, ter dados para tabular as dificuldades que cada aluno encontrou ao realizar a produção.

FICHA DE VERIFICAÇÃO – PRODUÇÃO DE TEXTOS
Esse é mais um recurso que o professor deverá utilizar para tabular e detectar as dificuldades encontradas na produção de textos dos alunos. Detectados os problemas, o professor buscará estratégias, como a revisão coletiva ou individual dos textos, para aprimorar a escrita.
Essa ficha também é um modelo para o professor e pode ser modificada de acordo com a necessidade e perfil da turma.


AVALIAÇÃO EM PRODUÇÃO DE TEXTOS


          A avaliação é um processo contínuo e que tem como objetivo principal sanar as dificuldades encontradas. Essa atividade pode ou não ser pontuada.
          Em cada bimestre trabalhamos com duas produções de textos dos alunos para avaliar em forma de pontos (uma mensal - 2,0 pontos e outra bimestral - 3,0 pontos). Para essa avaliação teremos também um critério único a ser seguido, de acordo com a tabela abaixo.



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