ATPC EMAI- 03/2015
TRAJETÓRIAS HIPOTÉTICAS DE
APRENDIZAGEM
“A
Matemática é como um moinho de café que mói admiravelmente o que se lhe dá para
moer, mas não devolve outra coisa senão o que se lhe deu.”Faraday
OBJETIVOS:
·
Entender a concepção do Projeto EMAI;
·
Conceitualizar as THAS (Trajetórias Hipotéticas
de Aprendizagem);
CONTEÚDOS:
·
Educação Matemática;
·
Trajetórias Hipotéticas de Aprendizagem;
ATIVIDADE
1)
O
QUE É EMAI?(Educação Matemática nos Anos Iniciais)
Proposta: Organizar e desenvolver um conjunto de ações que
tenham como finalidade melhorar o ensino e a aprendizagem de Matemática nos
cinco anos iniciais do Ensino Fundamental
Acompanhamento
e avaliação: O QUE NOSSOS ALUNOS JÁ SABEM
E NO QUE PRECISAM AVANÇAR
•
Objetivo: apoiar os professores em diagnósticos
específicos da aprendizagem matemática.
ATIVIDADE 2 )
APONTAMENTOS SOBRE TRAJETÓRIAS HIPOTÉTICAS
DE APRENDIZAGEM
Para refletirmos sobre o nível de detalhamento do
currículo moldado pelo professor para seu grupo de alunos, o que é feito para
certos períodos do trabalho em sala de aula (bimestre, semana) vamos recorrer à
ideia de trajetória hipotética de aprendizagem, formulada pelo pesquisador
Martim Simon (1995).
Essa ideia baseia-se no pressuposto de que é preciso
planejar trajetórias – caminhos, percursos – que imaginamos serem
interessantes e potentes para que os alunos de uma turma consigam atingir as
expectativas de aprendizagem que estão previstas para um determinado
período da escolaridade. São hipotéticas porque na sua realização em
sala de aula são sempre sujeitas a ajustes e redirecionamentos.
Para Simon, a consideração dos objetivos da
aprendizagem, as atividades de aprendizagem e pensamento e conhecimento dos
estudantes são elementos importantes na construção de uma trajetória hipotética
de aprendizagem e sua construção está assentada em conhecimentos teóricos e
práticos do professor.
Para Simon, a
noção da trajetória hipotética de aprendizagem pressupõe a importância da
relação entre a meta pretendida e o raciocínio sobre decisões de ensino e a
hipótese sobre esse percurso. A escolha da palavra “trajetória” é significativa
para designar um caminho. Simon convida a uma analogia.
Façamos
uma analogia: considere que você tenha decidido viajar ao redor do mundo para
visitar, na sequência, lugares que você nunca tinha visto. Ir para a França,
depois Havaí, depois Inglaterra, sem uma série de itinerário a seguir. Antes,
você adquire conhecimento relevante para planejar sua possível jornada. Você
faz um plano. Você pode inicialmente planejar toda a viagem ou uma única parte
dela. Você estabelece sua viagem de acordo com seu plano. No entanto, você deve
fazer constantes ajustes, por causa das condições que irá encontrar. Você
continua a adquirir conhecimento sobre a viagem e sobre as regiões que você
deseja visitar. Você muda seus planos a respeito da sequência do seu destino.
Você modifica o tamanho e a natureza de sua visita, de acordo com o resultado
da interação com as pessoas no decorrer do caminho. Você adiciona os destinos à
sua viagem e que não eram de seu conhecimento. O caminho que você utilizará
para viajar é sua “trajetória”. O caminho que você antecipa em algum ponto é a
sua “trajetória hipotética”. (1995, pág. 35)
A Trajetória Hipotética de Aprendizagem pode ser inserida
como parte integrante de um importante nível do desenvolvimento curricular que
o nível do currículo interpretado e realizado pelo professor que vai se basear
em seus conhecimentos da disciplina, em conhecimentos pedagógicos mas, especialmente,
em sua vivência em sala de aula a partir da qual ele é capaz de formular
hipóteses sobre como vai se processar aprendizagem dos alunos, que dificuldades
podem surgir, como contorná-las.
Com maior ou menor nível de consciência, todo professor
percorre esse “ciclo de ensino”. No entanto, a riqueza das experiências e das
formas de atuação depende do grau de clareza sobre cada elemento em jogo na THA
e sobre seu processo de realização em sala de aula.
Durante o desenvolvimento de atividades pelos professores, um
objetivo inicial planejado geralmente pode ser modificado muitas vezes (talvez
continuamente), durante o estudo de um conceito matemático particular.
Quando os alunos começam a comprometer-se nas atividades
planejadas, os professores deveriam “comunicar-se” com as observações dos
alunos, nas quais eles formatam novas ideias sobre esse conceito. Assim, o
ambiente de aprendizagem envolve resultados da interação entre o professor e os
alunos e como eles se engajam em um conteúdo matemático.
Segundo
Simon um professor pode propor uma tarefa; contudo, as formas pelas quais os
alunos constroem suas tarefas e suas experiências é que vão determinar seu
potencial de aprendizagem. Assim por exemplo, se um aluno dá uma resposta a um
problema elaborado pelo professor e, no entendimento do professor não foi uma
compreensão adequada sobre conceitos ou procedimentos envolvidos, isso deve
resultar num novo objetivo de ensino sobre o assunto. Este objetivo,
temporariamente, substitui o original.