Sequência
Didática para o trabalho com produção de Carta de Leitor
Por
que desenvolver uma sequência ou projeto que envolve a produção de cartas de
leitor?
A formação de leitores de revistas e
jornais impressos e digitais é fundamental para que os indivíduos participem da
sociedade acompanhando acontecimentos de natureza econômica, social e política.
Assim, a construção de capacidades de leitura de textos da esfera jornalística,
tem se constituído, cada vez mais, como uma condição para a formação de
sujeitos atuantes nesta sociedade.
A grande quantidade de informações que é
veiculada nos meios de comunicação, bem como a diversidade e efemeridade das
matérias publicadas, exigem dos leitores o uso de capacidades e procedimentos
leitores específicos para que tenham acesso a esses meios o que revela a
importância do estudo dos gêneros da esfera jornalística na escola.
Desse modo, observamos aqui
a importância do estudo efetivo dos textos jornalísticos – garantindo uma
leitura de fato compreensiva - para que o aluno possa se posicionar diante do
que leu. Propostas como: rodas de jornal,
situações de leitura compartilhada e leitura individual ou em duplas são fortes
aliadas nesse processo de conhecimento e apropriação do gênero Carta de leitor.
Vale ressaltar que as cartas de leitor
priorizadas para nosso estudo são aquelas publicadas nas seções dos diversos
veículos destinadas ao comentário argumentativo do leitor sobre matérias nele
veiculadas e/ou sobre procedimentos adotados por tais veículos do processo de
publicação. As seções onde essas cartas são publicadas recebem diferentes nomes
como: Carta de leitores, Painel de
Leitor, Do Leitor, Correio do Leitor, Fórum de Leitores, entre outros.
A finalidade desta sequência é promover a
inserção dos alunos na prática de leitores e produtores de textos da esfera
jornalística, isto é ajudar o aluno a
expressar sua opinião, posicionando-se diante de uma matéria lida e, além
disso, manifestando essa posição por meio de uma carta de leitor.
Para tanto, é preciso:
a) ler e discutir alguns textos que circulam
na esfera jornalística;
b) ler e analisar algumas cartas de leitor
produzidas no contexto primário;
c) observar como estas cartas (contexto
secundário) podem ser publicadas nos veículos de destino, identificando as
mudanças que sofrem neste processo;
d) produzir uma carta de leitor;
e) revisar uma carta de leitor.
1ª Etapa: Analisando algumas cartas de leitor
|
Considerando que a leitura compartilhada já faz parte da
rotina do 4º e 5º ano essa sequência é complemento do trabalho realizado com
leitura de matérias jornalísticas e roda de jornal que devem ocorrer de forma
permanente nas salas de ciclo I. É importante evidenciar que quanto maior for a
proximidade do aluno com matérias jornalística, maiores serão as condições
de produzir boas cartas de leitor.
Objetivos
·
Conhecer
e diferenciar cartas de leitor no contexto primário e secundário (de produção e
de publicação).
·
Identificar
uma carta opinativa de leitor.
Informe aos alunos que farão a análise de
duas cartas. Antes, porém, lerão a
matéria que deu origem à carta 2.
Entregue aos alunos a matéria Telefone
celular também é usado para alfabetização (anexo 1), e faça uma
leitura compartilhada para que os alunos possam se inteirar do assunto .
·
Peça
que antecipem, a partir do título, o contexto de produção, subtítulos, o que
o texto pode conter (você poderá fazer uso das orientações contidas nas
atividades de leitura colaborativa realizadas nos ATPC.)
|
a)
Explique
aos alunos que lerão algumas cartas de leitor para conhecer melhor esse gênero e
assim poder produzir uma carta de leitor para ser enviada a uma revista ou
jornal.
b)
Leia
as cartas 1 e 2 coletivamente e peça aos alunos que descubram qual a finalidade
de cada uma.
Carta
1
Carapicuíba,
31 de março de 2009.
Revista
Recreio,
Em primeiro
lugar queremos parabenizar a todos que trabalham na produção de uma revista tão
legal. Somos alunos da Escola Estadual
Professora Marise da Costa Corrêa de
Oliveira e adoramos ler todas as edições que chegam aqui na escola. Achamos
tudo muito colorido e há seções divertidíssimas.
Nossa
professora aproveitou a seção de curiosidades da revista para propor uma
atividade para nós. Toda segunda-feira temos a roda das curiosidades e ela
sempre lê uma da revista, e assim vamos aprendendo uma série de coisas
diferentes.
Por isso,
decidimos escrever para a revista. Estamos curiosos para saber como é feito o
lápis de escrever e de colorir. Será que vocês podem responder esta questão?
Aguardamos resposta.
Alunos 2º
ano B
Carta 2
Discuta coletivamente com os alunos:
a) Qual a finalidade das cartas?
b) Qual delas expressa uma opinião
justificada sobre o assunto comentado na matéria que foi lida? Você concordam
com o que os alunos escreveram na carta 2?
Carta 2
Em seguida, peça que leiam e analisem, em
duplas, como a carta ficou quando foi publicada na revista.
Carta 1 – Publicada
Toda segunda-feira
nossa professora lê uma curiosidade da edição na sala de aula e assim
aprendemos uma série de coisas diferentes.
Adoramos!
2º ano B EE Profª Marise da Costa Correa de Oliveira
Carapicuiba - SP
Carta 2 - Publicada
(Jornal Correio Popular,
9 de agosto de 2011)
Depois da leitura, discuta coletivamente
com os alunos:
a) A carta foi publicada do mesmo modo que
foi escrita?
b) O conteúdo da carta foi mantido?
c) O que mudou?
d) Por que vocês acham que a carta mudou?
Em seguida, solicialize as conclusões dos
grupos com a classe toda, discutindo as características principais das cartas
no contexto primário (quando foi escrita pelo leitor) e secundário (quando foi
publicada).
Principais características
|
Contexto primário
|
Contexto secundário
|
|
|
|
|
2ª Etapa: Conhecendo mais cartas de leitores
|
·
Conhecer
as características do gênero carta opinativa de leitor (os elementos que
compõem a carta)
·
Identificar
a finalidade, tema e organização das cartas e o posicionamento do autor.
1)
Roda de Jornal: Organizando Mural de
Notícias
a)
Organize
os alunos em pequenos grupos. Distribua um jornal para cada aluno (ou a quantidade
possível) e peça para selecionarem uma noticia para deixar exposto no mural da
sala.
b)
Ofereça
para cada grupo alguns exemplares de jornal e oriente os alunos a procurarem
uma notícia sobre um assunto relevante. Informe que eles deverão ler a noticia
e contar para os demais colegas do grupo o assunto tratado, caderno em que foi
publicada, data e local de publicação. No caso dos alunos que ainda não tem uma
leitura convencional fazer duplas com alunos com leitura mais autônoma em que
esses terão o papel de ler para o outro.
c)
Cada
grupo deverá eleger uma notícia para socializar na roda de jornal no momento
seguinte.
d) VEJA O QUE MUDEI
e)
Considerando que a leitura compartilhada já faz parte da rotina do 4º e
5º ano essa sequência é complemento do trabalho realizado com leitura de
matérias jornalísticas e roda de jornal que devem ocorrer de forma permanente
nas salas de ciclo I. É importante evidenciar que quanto maior for a
proximidade do aluno com matérias jornalística, maiores serão as
condições de produzir boas cartas de leitor.
f)
Organize
a sala em circulo ou semicírculo e peça que um aluno por grupo conte sobre a
notícia lida, jornal e caderno em que foi publicada, data, local... Os demais
participantes do grupo poderão ajudar a complementar com informações que
faltarem e for importante para compreensão da noticia.
g)
Dependendo
da temática da notícia e da possibilidade de discussão pelo grupo, faça
questionamentos a respeito de duas ou três das notícias, apresentada, buscando
levar os alunos a emitirem opinião a respeito da mesma, ou ainda, estabelecerem
relação com outras situações ou notícias de outros veículos. Cuide para que a
roda não se estenda além das possibilidades de efetiva participação dos alunos.
h)
Para
finalizar, exponha no mural da sala as notícias selecionadas e apresentadas na
roda.
2) Cartas
de leitor: Aprofundando o
conhecimento.
A carta 3 foi colocada no final desse
documento, uma vez que a grande maioria dos
PC decidiu não trabalhar com
ela.
|
a) Peça aos alunos que leiam, em pequenos
grupos, as diferentes cartas de leitor escritas para os diversos veículos
discutindo:
·
Qual
a finalidade da carta?
·
Qual
o tema que o leitor discute?
·
Como
ele se posiciona diante do tema que discute?
b) Socialize a discussão dos pequenos grupos
e organizar um quadro coletivamente
Cartas
|
Finalidade
|
Tema
|
Como o leitor se posiciona
|
|
|
|
|
Carta
4
Mossoró, 7 de julho de 2011
AO CORREIO DA TARDE - RN
Prezado
Editor,
Li a matéria publicada na edição de 6 de julho, sobre os acidentes envolvendo
motociclistas, e queria dizer que discordo de uma parte do que foi escrito nela,
ou seja, sobre os causadores dos acidentes envolvendo carros e motos.
Em minha opinião, ao contrário do que foi escrito,
creio firmemente que quem mais causa acidentes são os condutores de veículos de
QUATRO rodas.
A moto é o meu transporte preferido, para driblar o
lento trânsito mossoroense, e digo que, conforme define o jornal no mesmo
artigo, sou motociclista, respeito as leis do trânsito, mas vejo muitos carros
cujos condutores não têm o devido respeito com a vida humana. Os maiores sustos
que tomei foram proporcionados justamente por motoristas desatentos, ou, no
mínimo, descuidados: curvas malfeitas, celulares colados na orelha com só uma
das mãos ao volante etc.
São muitas as situações que observamos no dia a dia
que mostram o menosprezo de motoristas por motociclistas. Minha opinião, não é
voz isolada; em encontros de motociclistas esse assunto sempre vem à tona. Um
dos casos relatado por um colega foi o de que um carro derrubou uma moto e o
seu ocupante - a condutora do veículo que bateu saiu do carro ainda falando ao
celular e ainda achando que tinha toda a
razão!
Saudações,
Juarez Belém – Motociclista- Mossoró /RN
Carta
5
29.05.2011
À
Folha de São Paulo
Sr. Toni Sciarretta,
Em relação
à matéria publicada no caderno Mercado em 18-05, em que o Sr. informa sobre a
proibição do uso de sacolas plásticas como embalagem a partir de 1º de janeiro
próximo, penso que São Paulo demorou muito a tomar a decisão de transformar em
lei a proibição.
Todas as
vezes que vou ao supermercado fico indignada com a quantidade de sacolas que
são utilizadas pelos consumidores que não parecem preocupados com as
conseqüências que o uso destas embalagens causa ao meio ambiente.
Só quero
lembrar às autoridades que não basta sancionar a lei. É preciso ter uma
fiscalização rigorosa e que as multas previstas sejam realmente aplicadas para
aqueles que a desrespeitarem. Espero que não se torne mais uma estratégia de
marketing pré eleitoreira, como foi com a lei que proíbe os cidadãos dirigirem
alcoolizados.
No começo
fazem blitz, causam um barulho, mas depois de algum tempo tudo volta ao que era
antes: não há fiscalização para coibir as infrações.
Atenciosamente
Josilda
Cardoso – professora de ensino fundamental- São Paulo
c)
Retome
as cartas e faça a leitura compartilhada garantindo a compreensão do conteúdo
de cada uma delas.
Dica para o professor:
Lembre-se
que para essa leitura compartilhada é fundamental que os alunos tenham acesso
aos textos seja por meio de uma cópia, seja exposto na lousa.
Ler as
noticias que deram origem às cartas
contribui para a compreensão do que foi escrito além de nos
oferecer mais elementos e informações
para o momento da análise. A noticia
referente à carta 4 encontra-se no anexo 3.
d) Faça uma primeira análise no coletivo
sobre a Carta 4 e levante
oralmente com os alunos:
·
Como
a carta começa?
·
Como
o autor indica sobre o que falará?
·
Onde
está indicada a posição do leitor? Marque no texto.
·
Como o
escritor se identifica para o veículo?
·
Como
termina a carta?
e) Na sequência proponha que em duplas
discutam e façam a mesma análise com as cartas 5. Peça que registrem:
·
Como
a carta começa?
·
Como
o autor indica sobre o que falará?
·
Onde
está indicada a posição dos leitores? Marque no texto.
·
Como
se identifica para o veículo?
·
Como
termina a carta?
f) Socialize as observações das duplas,
completando-as, se for necessário, e preenchendo o quadro abaixo.
estudo de
cartas de leitor
|
|
Como a carta começa
|
Como o leitor se identifica?
|
qual o assunto da carta?
|
Como indica sobre o que falará
|
Como termina a carta?
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Carta 4
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|
|
|
Carta 5
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|
|
Lei que proíbe o uso das sacolas
plásticas.
|
Favorável à lei, mas reivindica cumprimento da mesma.
|
Fórmula de despedida – atenciosamente.
|
Anexo 4 A – Orientação geral para leitura
compartilhada/colaborativa das matérias
1. Leitura
colaborativa do texto
Encaminhamento:
1. Antes da leitura, explique aos alunos que você lerá
uma matéria jornalistica. Informe onde foi publicada: jornal, caderno e data.
2. Leia o título, peça-lhes que comentem que
informações acreditam que trará o texto. Deixe que comentem o que sabem sobre o
assunto.
3. Informe que você fará a leitura fazendo algumas
interrupções para que comentem e
expliquem o que estão entendendo sobre o assunto tratado no texto.
4. Leia o texto, fazendo as paradas e perguntas que
devem ser planejadas para cada matéria. Incentive os alunos a manifestar
opinião. As paradas e perguntas durante
a leitura tem o objetivo de ajudar os alunos na compreensão do texto e de
garantir a troca de opiniões. O importante não é os alunos saberem responder
certo ou errado, mas ouvi-los, pedir que expliquem o que entenderam, que justifiquem
suas reflexões. Propor novas questões durante a leitura, se for necessário, de
forma a garantir que os alunos falem o que sabiam ou não sobre o assunto e
troquem opiniões sobre o tema abordado.
5. Algumas vezes, após a exploração inicial, é necessário
que a matéria seja lida na íntegra para
depois retomá-la com as questões de modo que os alunos tenham o conhecimento de
todo o texto.
PRODUÇÃO DE TEXTO: CARTA
OPINATIVA DO LEITOR
O gênero carta de leitor é uma espécie de subgênero do gênero carta (temos
carta pessoal, carta de solicitação, carta de reclamação, por exemplo). Isso
porque as cartas têm em comum a estrutura básica (por ex. o núcleo da carta).
Embora tenham muito em comum elas são variadas em suas formas de realização,
seus objetivos, intenções, propósitos (carta de pedido, carta resposta, carta
pessoal, carta ao leitor...)
As cartas do leitor diferenciam-se um pouco das cartas tradicionais
por apresentarem dois contextos distintos: o da produção original do leitor
(contexto primário) e o da publicação (contexto secundário) que sofre processo
de editoração realizada pelo editor da revista.
Veja o que Regina Demeterko
Stadykoski- coloca em seu texto: As cartas do leitor e o ensino da língua
materna :
“Nos jornais e revistas, há um espaço próprio destinado para que as
cartas dos leitores sejam publicadas”.
Quando uma carta é enviada para a publicação, o leitor precisa identificar-se e
é responsabilizado pelo que escreve. Nem todas as cartas são publicadas, pois
passam por uma seleção e podem ser resumidas ou parafraseadas. Cada jornal ou
revista segue critérios próprios de publicação.
O propósito comunicativo de uma revista ou
jornal pode variar. Os temas podem ser diferentes, assim como um mesmo assunto
pode ser abordado de formas variadas. Cada um tem um público alvo (homem,
mulher, jovem, criança). Estes fatores influenciam os leitores frente às
reportagens, notícias, em outras pedem conselhos, orientações sobre assuntos
relacionados à adolescência: gravidez e relacionamentos pessoais.
A
publicação das cartas segue normas, que variam de acordo com cada revista ou
jornal, como por exemplo, as que são enviadas à Revista Veja devem trazer a
assinatura, o endereço, o número da identidade e o telefone do autor. A seleção
das cartas parte de alguns critérios como clareza, conteúdo, que são adotados
pela direção da revista. Também, não há espaço para publicação de todas as
cartas recebidas. Assim, são lidas, analisadas e somente publicadas as
selecionadas pelo editor da seção Cartas e pela direção da Veja.
Além disso, os objetivos das
revistas ou jornais devem ser observados, Não se escreve para uma revista de
informação como a Veja da mesma forma que se escreve para a revista Capricho,
como podemos verificar nas seguintes cartas publicadas em julho de 2008:
Galeraa, Capricho, eu
gostariaa de pedir novamente que
vocês façam uma matéria
sobre a luta livre (WWE). Sou
fanática e gostaria de saber
mais, muito mais desse esporte.
Obrigadaa, Bzo Laizinha
Hardy
Laizinha Hardy
Campinas-SP
(Revista Capricho, julho de
2008)
A escola de tempo integral
melhoraria muito a condição do
ensino no Brasil, mas essa
não é uma premissa para nossos
governantes que alegam falta
de recursos financeiros, o que
nem sempre é verdade.
Luiz César Pessoa Pinto
Formiga-MG
(Revista Veja, ed. 2069, ano
41, nº. 28, 16 de julho de
2008, p.37)
As cartas dos leitores definem-se como
gêneros na medida em que elas compartilham um determinado propósito
comunicativo e estabelecem uma interlocução do leitor com o meio de informação.
Para fins de exemplificação,
reproduzimos a seguir alguns títulos utilizados por jornais e revistas para
denominar a seção que traz as cartas de leitores:
Jornais:
Folha de São Paulo: Painel
do leitor;
Gazeta do Povo: Coluna do
leitor;
O Estado do Paraná: O mural
do leitor;
Folha de Irati: Opinião do
leitor.
Revistas:
Veja: Cartas;
Superinteressante: Desabafa, solte o verbo;
Capricho: Diz, AÍ.
Enfim, a produção deste
gênero proporciona um espaço para que o leitor possa expor seu ponto de vista a
respeito de qualquer assunto, apresentar críticas, fazer sugestões, discordar
de um ponto de vista, participar da formação da opinião pública.
Bezerra(2005) afirma que as
cartas do leitor atendem a propósitos comunicativos de elogiar, criticar,
opinar, reclamar, retificar, comunicar, agradecer, solicitar, como mostram os
exemplos abaixo retirados da Revista Veja em 2008:
·
elogiar:
A reportagem especial “A
vida com instruções“ (09 de janeiro)
foi um presente para todos
que buscam entender a arte da
convivência e superar os
desafios para iniciar 2008 de bem com
a vida.
Hugo Lins Coelho
Recife-PE
(Revista Veja, ed. 2043, ano
41, nº. 2, 16 jan.2008, p. 24)
·
criticar:
Gostaria de deixar
registrada a minha indignação com a postura
do governo Lula de mais uma
vez aumentar os impostos, sendo
que, com a maior
cara-de-pau, disse que não iria fazê-lo, mas,
sim, diminuiria os gastos
públicos.
(“Pacote de maldades” 9de
janeiro”)
Alexandre Cavalcanti
São Paulo-SP
(Revista Veja, ed. 2043, ano
41, nº. 2, 16 jan. 2008, p. 24)12
·
opinar:
Concordo plenamente com
Gustavo Ioschpe e cumprimento pela
oportunidade e clareza com
que trouxe à baila um assunto que
tem sido omitido nos debates
educacionais. O fato de os
sindicatos terem como
primeiríssimo objetivo defender os
interesses salariais dos
professores contradiz tudo aquilo que o
Brasil mais necessita na
área educacional: professores
competentes e motivados a
ensinar aos alunos os conteúdos que
eles precisam aprender e
ajudá-los a se organizar para o estudo,
tudo isso em ambiente prazeroso,
fruto do bom diálogo entre
professor e aluno.
Ignez
Martins Tolli
Ph.D. em Educação pela
Universidade
de Londres
Brasília-DF
(Revista Veja, ed. 2044, ano
41, nº. 3, 23 jan.2008, p. 25)
·
retificar:
Leio toda semana a coluna de
Millôr, que considero um ótimo
escritor. Mas na desta
semana (“As maravilhosas maravilhas da
natureza”, 16 de janeiro)
percebi um equívoco. Ele se refere às
Sete Quedas do Iguaçu, porém
elas não existem mais, sumiram
com a instalação de Itaipu.
O ponto turístico que hoje pode ser
visitado se chama Cataratas
do Iguaçu.
Leticia Corioletti
Joinville-SC
(Revista Veja, ed. 2044, ano
41, nº. 3, 23 jan.2008, p. 26)
·
comunicar:
Em complementação ao quadro
“Por que as latas de óleo
sumiram” (Veja essa, 16 de
janeiro), destaca-se o fato de que a
substituição da lata de
metálica pela embalagem plástica para o
acondicionamento de óleo
alimentício decorreu da preferência
do consumidor brasileiro. Além de
resistente e transparente, a
embalagem PET é escolhida
pela dona-de-casa por ser prática e
higiênica, contando com a
tampa e bico e dosador da
quantidade. A maioria dos
fabricantes de óleo combustível
garante o mesmo prazo de
validade para o produto
acondicionado em ambas as
embalagens, e muitos não utilizam
conservantes.
Carlo Lovatelli
Presidente da Associação
Brasileira das Indústrias de Óleos
Vegetais (Abiove)
São Paulo-SP
(Revista Veja, ed. 2044, ano
41, nº.3, 23 jan. 2008, p. 26)
·
agradecer:
Há cerca de três anos fui a
uma dermatologista e, entre outras
coisas, ela me disse que o
sol só servia para dar câncer, que
nem brancos nem negros
deveriam se expor a ele, jamais! Que
esse negócio de absorção de
vitamina D é uma bobagem etc.
Eu saí da sala dessa médica
totalmente chocada e arrasada,
principalmente porque sou
apaixonada pelo sol. Portanto, foi
com muita alegria que li a
reportagem. Os estudos só vieram
confirmar o que já sentia na
própria pele: o sol me faz muito
bem do que mal. Agora, sim,
vou poder tomar o meu solzinho
com 90% de proteção e 0% de
paranóia. E viva o sol, viva o
verão, viva o calor!
Adriana Domingues
Diadema-São Paulo
(Revista Veja, ed. 2044, ano
41, nº. 3, 23 jan. 2008, p. 22)
·
solicitar:
Roberto Civita se expressou
com maestria sobre 2007. Cabe
à classe dominante seguir ao
menos 50% desse formidável
escrito , e melhorará muito
o nosso país. Que seja respeitada a
opinião pública de forma
contínua e que nossos políticos
honrem seus cargos e assumam
suas personalidades em prol
da sociedade.
Diógenes
Pereira da Silva
Uberlândia-MG
(Revista Veja, ed. 2043, ano
41, nº. 2, 16 jan.2008, p. 31)
Por meio destes exemplos,
podemos verificar que as funções reais de uma carta de leitor são variadas, já
que podem atender a diversos propósitos comunicativos. Em vista disso,
compreendemos que o gênero cartas do leitor é capaz de promover o ensino da
língua materna dentro de uma concepção de língua como interação entre usuários
e de ensino como trabalho produtivo(não repetitivo).”
(Regina
Demeterko Stadykoski- adaptada para fins didáticos do texto As cartas do leitor
e o ensino da língua materna)
Como vimos na maioria dos jornais e revistas, há uma seção
destinada a cartas do leitor ― em geral conhecida como "Cartas à
Redação", "Painel do Leitor", entre outros títulos.
Essa seção oferece um espaço para que o leitor faça
elogios ou críticas a uma matéria publicada, ou mesmo sugestões. Os comentários
podem referir-se às ideias de um texto, com as quais o leitor pode concordar ou
não; à maneira como o assunto foi abordado (neste caso, um leitor mais
conservador pode afirmar que determinada questão foi tratada de forma muito
liberal); ou à qualidade do texto em si (pode-se achar que o autor abusou de
clichês, por exemplo).
É possível também fazer alusão a outras cartas de
leitores, para concordar ou não com o ponto de vista expresso nelas.
A linguagem da carta do leitor costuma variar conforme o
perfil dos leitores da publicação. Pode ser mais descontraída, se o público é
jovem, ou ter um aspecto mais formal.
Esse tipo de carta apresenta formato parecido com o das
cartas pessoais: data, vocativo (a quem ela é dirigida), corpo
do texto, despedida e assinatura. Porém, quando necessário, a
equipe de redação do jornal ou revista adapta as cartas do leitor a seu estilo
e as reduz para encaixá-las na seção reservada a elas, mantendo apenas uma
parte do corpo.
O objetivo do leitor ao escrever uma carta do leitor é
tornar pública sua ideia e se sentir parte da informação. Quando redigimos uma
carta como essa precisamos ter claro que, se publicada, será lida por muitas
pessoas. Por isso, requer revisão, clareza nas ideias expostas, observar se não
há repetições de ideias, se a grafia e a pontuação estão corretas. Se citar
exemplos cuide para que sejam verdadeiros. Seja polido, pois você será
responsável por tudo que será publicado.
Quando publicadas, as cartas costumam ser agrupadas por
assunto. Assim, reúnem-se as que se refiram à mesma notícia ou reportagem em
um mesmo bloco, que recebe um título.
Algumas redações de jornal contam com os serviços de um ombudsman ― pessoa contratada para
criticar as matérias jornalísticas publicadas e, sobretudo, para verificar as
críticas e sugestões dos leitores e depois expor seu ponto de vista.
Texto organizado para discussão interna de
formação por Elenita Neli Beber.